Depois de uma noite mal dormida, como todas as outras, eu tomo um banho, bem tomado, me seguro, e nenhuma lágrima mais consegue descer, já deveriam estar secas desde a noite passada. Visto meu uniforme, calço o primeiro tênis que vejo na minha frente, não sinto vontade de comer nada, pego minha mochila, saio de casa, pensando em encontrar por aí alguém que me fizesse arrancar um sorriso, mas no estado em que me encontrava, seria quase impossível alguém me fazer sorrir. E quando eu vou dobrando a calçada, viajando em meus pensamentos, escuto uma voz, familiar, dizendo:
- Sente minha falta, pequena? - Era a voz dele, me chamando do apelido que ele havia me dado, mas sem o "minha".
- Sinto sim, meu menino, mas parece que você não sente o mesmo.
- E você acha, pequena, que você é única que já amou nessa história?
- Então, meu menino, você está dizendo que "amou", então é pretérito, não é?
- Pequena, até hoje nunca achei um cheiro igual ao seu, e em milhares de braços procurei seu abraço, mas não encontrei, e até hoje, nunca consegui sentir a mesma coisa que senti quando te beijei. O que isso significa para você, que eu não te amo, pequena?
- E o que exatamente você sentia quando me beijava?
- Foi como chutar a bola para o gol, faltando dois segundos para o fim do jogo, era misterioso, intrigante e nervoso ao mesmo tempo. E, contigo, pequena?
- Sabe quando você come o melhor chocolate do mundo e vem aquela sensação de prazer e alegria? Foi o que eu senti quando você me beijou.
- Me perdoa, pequena?
- Te perdoar?
- É pequena, por eu ter te deixado.
- Meu coração bobo, te perdoa, ela ainda pulsa mais forte por você.
- Eu te amo, minha pequena.
- Eu também te amo, meu menino.
E então ele me beijou, de uma maneira que nunca havia me beijado antes, muito melhor do que comer o melhor chocolate do mundo. E foi ele quem conseguiu me fazer rir, não só por alguns segundos, e sim por longos anos...
( Como dá para perceber, é apenas um conto, isso é quase impossível de acontecer comigo um dia. Mas é bem melhor sonhar, do que enfrentar a realidade.)
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