“Eu quero lhe dizer tanta coisa, mas não sai. Simplesmente não sai. Eu travo, meus pensamentos ficam confusos e as palavras não saem da minha boca. Eu ensaio horas antes, mas na hora, eu não consigo. É nervosismo e medo. Medo da sua reação, dos seus olhares, dos movimentos que você vai fazer enquanto eu estiver dizendo. É díficil. Na minha cabeça passa milhões de coisas que eu gostaria de dizer, principalmente aquele discurso que já tinha feito. Mas as palavras não são as mesmas. Então tudo fica embaralhado como as cartas do nosso jogo. Eu perco a fala, fico quieta e muda, mas na verdade estou gritando por dentro, tentando lhe dizer, tentando lhe mostrar. Mas você não enxerga, muito menos me ajuda. Então me resta escrever… Em um pedaço de folha, ou na ultima do caderno, na mesa de escola e em todos os lugares que eu alcançar. Escrever, tudo o que eu queria lhe dizer, tudo o que eu ainda vou dizer.”
— | Forlandivar |